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terça-feira, 6 de novembro de 2012

Logística do Golpe - o primeiro texto


A política, em si e por si só, é a pratica continuada de violência coercitiva, donde o emprego da força sobre disfarces e graus de intensidade, esta sempre a exigir que alguém ou grupo minoritário aceite submissamente a vontade dominante como imposição legal da maioria. E a força aplicada, inclusive no caso de operações militares, representa apenas certas modalidades de ação política, quando visa à consecução de objetivos maiores sobre os quais assentam os poderes majoritários, buscando afirmação para mantença nas posições conquistadas.
Consequentemente, dentro da concepção global de ações políticas, tem-se por definição, como ato político, toda e qualquer ação militar empenhada ou empregada, sob certas circunstâncias, para salva-guarda das instituições ante iminentes perigos de instabilidades ou de caos total devido à baderna generalizada.
O quadro institucional vigente exige que se ponham em prática alguns institutos previstos na Carta Maior e regulados por Leis Especiais, há muito em desuso, para deter a ação de grupos acéfalos ou anarquistas que fazem de violência matéria prima para desagregação da família brasileira com o rompimento da unidade nacional.
Urge, pois, uma tomada de posição enquanto é tempo para se calcular os graus de azimute, congregando posteriormente todas as forças vivas, sem distinção de classes, colorações ideológicas, sexo, origens ou credos religiosos, em mutirão nacional para obstar o avanço dos vírus aidéticos que hora ameaçam a corroer e dizimar o ESTADO DE DIREITO DE LIBERDADES DEMOCRÁTICAS em sua fase final de constituição sob a égide da Nova República.
A passividade e a tolerância são opostas; a prevalecer os estados de letargias, comodismo, omissão voluntária das maiorias, deixando-se agigantar o poder nas mãos dos maus, logo e por certo, o destino dos omissos e imprevidentes será o calabouço.
O quadro requer, não mais medidas paliativas de sobreavisos ou de prontidões, mas de emprego de ação eficaz e fulminante para deter a desordem.
Não mais se admite que grupos organizados, saiam em bandos pelas ruas, sob palavras de ordem, para incitar as massas populares a fazer saques em estabelecimentos comerciais e a promover badernaços; bandos que praticam táticas de guerrilha urbana, contidas em cartilhas de guerrilha amplamente vendida livremente em quase todas as bancas de jornais e livrarias; táticas essas de obstrução de vias ou logradouros públicos, perturbando o direito de ir e vir de cada cidadão. E, o pior de tais bandos, se auto intitulando porta-vozes das maiorias, agridem fisicamente as pessoas de bem, por não aderirem aos seus atos de violência.
Assim, diante da grave situação política existente, não resta outra alternativa para a sociedade, senão a criação da LOGÍSTICA CIVIL, como forma de organização cívica com núcleo em todo o Território Nacional, sob coordenação única, para repudiar ou neutralizar os excessos das minorias.
Para reivindicar das autoridades a decretação do Estado de Emergência ou do Estado de Sítio como institutos de salva-guarda do regime. E, a posteriori, quando se esgotarem todas as providências legais, partir-se-á então para alternativas extralegais, solicitando o apoio da LOGÍSTICA MILITAR, para desfecho de um golpe cívico-militar, o qual, por definição, subentende-se como ato político, representando a mais alta patente e duradoura manifestação de fibra humana, sob forma de violência, pertinente ao exercício de toda e qualquer atividade política.

Rio de Janeiro, julho de 1987

Dr. João José da Silva e
Dr. Esdras Bernardino Ribeiro

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