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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O uso da MÍDIA pela Subversão – uma visão crítica


Já há algum tempo venho pensando colocar em um texto aspectos da imprensa e seu papel na “Logística do Golpe”. Diariamente tenho acompanhado matérias sobre diversos assuntos, muitos político e poucos de interesse da população, que tragam, através da informação, a educação (conhecimento consciente e crítico) aos brasileiros. Algo que apresente de forma isenta o fato e abra o espaço para a análise e a discussão.

Lendo o livro “Desafio da Subversão” adquiri um parâmetro de crítica que sempre me ocorre ao ler e assistir as matérias correntes na mídia (jornais, TV, redes sociais e revistas). Questiono o porquê de se mostrar tanta violência. Questiono o porquê a fragilidade das instituições são tão marcadas e atacadas. Questiono por que certos assuntos aparecem em uns veículos e noutros não. Questiono sempre a quem interessa que este fato seja visto daquela forma. O motivo de estes questionamentos surgirem começou, conscientemente, após o término da leitura que fiz.

Dentro da Guerra Política, a Subversão usa técnicas de dois tipos: destrutivas e construtivas. As técnicas construtivas são as que, basicamente, formam a militância e moldam as mentes da população desavisada e inocente, a massa. Dentre elas localizamos a técnica da “Impregnação Psicológica” de larga utilização em tempos recentes. A técnica consiste em dar ânimo a uma população indiferente e catequizá-la, criando “slogans” e diferentes estímulos adaptados à situação e objetivos pretendidos. É a técnica em que uma inverdade, uma mentira, é perpetrada e repetida insistentemente fazendo com que a população em questão acredite no que se divulga. Para ser possível utilizar esta técnica os subversivos devem possuir os meios de comunicação disponíveis. Ter pessoal infiltrado em posições de opinião e visibilidade e, notem, com liberdade de expressão garantida.

A mídia (imprensa) tem como missão, consagrada e aceita por todos, informar bem e livremente. Essa missão é imposta pela sociedade em que ela se insere. Quando em uma democracia, a população espera dos membros da imprensa, pessoas ou instituições, o cumprimento de suas responsabilidades em benefício da comunidade. Pensando neste cenário imaginamos uma mídia comprometida com o bem comum com suas liberdades garantidas e sua imparcialidade acreditada. Uma mídia balizada pelos seus membros. Uma mídia inserida no contexto da população que não exorbitasse de suas liberdades sabendo até onde ir ao interesse da sociedade e das liberdades individuais. Uma mídia onde o cidadão comum identificasse o fato, a análise e as opiniões podendo de posse da informação criar sua própria opinião livre. Uma mídia reconhecidamente inserida na sociedade.  No ambiente em que foi escrito o livro citado a principal mídia com capacidade de formação de opinião era a imprensa. Hoje a mídia formadora de opinião esta presa à Internet, aos “Blogs” e aos Sites de Relacionamento onde a população consegue acesso às informações de várias fontes, aproximando a população do fato, proporcionando uma análise própria a partir de diversas análises e opiniões. As idéias viajam por todos os recantos e proporcionam a compreensão quase que verdadeira de um contexto. É deste “quase” que os subversivos buscam se aproveitar.

Sabendo do poder da mídia os militantes continuam a considerá-la o objetivo número um da infiltração ideológica. Através dela as técnicas construtivas são mais eficientes e atingem a maioria da população. A mídia é veículo de desmoralização de autoridades e instituições e quando aparelhado vira instrumento da impregnação psicológica influenciando a opinião através das repetições incessantes e das orquestrações.

O controle da mídia pelos comunistas tem importância fundamental. Instruções emanadas do Comitê Central do Partido Comunista, ainda no período entre 1964 e 1980, apresentam diretrizes claras para os agentes infiltrados em veículos de orientação não comunista:


“É preciso evitar que seções e colunas estejam em mãos de jornalistas não revolucionários, principalmente dos que apoiam o governo.
- Só devem ser destacados nomes e obras de escritores, artistas, cientistas, ligados a movimentos revolucionários ou simpatizantes.
- Quanto mais reacionário for o jornal, mais importante será esse trabalho. Um jornal conservador poderá emitir um editorial reacionário, mas o conteúdo maior do jornal será ou neutro ou inteligente-revolucionário.
- Quando um escritor, intelectual, técnico, cientista, economista apóia o governo, deve ser tratado ou com silêncio, ou com o ridículo, ou com o ataque direto.”

As orientações continuam sendo aplicadas hoje. O destaque de pessoas ligadas ao governo e seu simpatizantes mostram a adequação do plano em andamento. Os jornais estão aparelhados e coerentes com os objetivos de poder pretendidos. Mas o que mais se destaca é a inversão da última diretiva com a primeira. Os apoiadores do governo são destacados e exaltados. Hoje no poder, os Subversivos, atacam pensadores, analistas, escritores, intelectuais, técnicos, cientistas, economistas e qualquer cidadão que se oponha ou critique o governo e suas ações. As patrulhas partidárias se infiltram em blogs, redes sociais, editorias e orientações atacando a opinião livre, criando e massificando “verdades” úteis, desmoralizando e ridicularizando pessoas com ataques diretos perpetrados até a aniquilação da oposição democrática. Seu alcance é enorme. Hoje não necessitam mais do silêncio, pois a maioria dos cargos de direção e gerencia dos grandes complexos “midiáticos” está totalmente aparelhada em todos os escalões, com raríssimas exceções, servem à causa de poder.

A necessidade de ponderar é cada vez maior. O cuidado com as análises e suas origens carece de constante revisão e questionamento. A impregnação psicológica continua ativa e, nunca na história deste país, teve um terreno tão fértil para se desenvolver. Aumenta a nossa responsabilidade quando passamos a conhecer estas técnicas, pois nos cabe esclarecer e questionar se elas estão sendo aplicadas aos nossos canais de conhecimento, integração, diversão e atuação. Cabe questionar se não estamos sendo vítimas destas técnicas. A verdade sempre prevalecerá na História, mas as conseqüências de não enxergarmos esta verdade cairão, antes da História, sobre nós. Continuemos com o bom combate. Fiquemos de olho velando pelas nossas liberdades, principalmente a de expressar a nossa opinião.

Júlio Cezar Barreto Leite da Silva
Capitão-de-Mar-e-Guerra (RM1)
Mestre em Ciência da Computação
22 de janeiro de 2013

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