Recebi
nas vésperas do segundo turno das eleições próximas passadas, esta carta aberta
escrita pelo AE Guimarães Carvalho. Estava no mar e não pude publicá-la no
blog. Corrijo desta forma a minha impossibilidade acrescentando, ao final, uma
reflexão posterior aos resultados das eleições enviada da mesma forma por
e-mail.
Deixo
a esta reflexão para o futuro:
- As coisas caminham como previsto na carta?
- Nosso desembarque no dia D foi na praia de Omaha?
- Esperamos as FFAA?
Fiquemos de olho e preparados, “O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever!” Reflitam! Boa leitura:
Feridos na praia de OMAHA - Imagens da Wikipédia |
“Caros
amigos,
O
dia "D" se aproxima. No próximo domingo os brasileiros estarão
votando, espero que sem manipulações nos verdadeiros resultados das urnas
eletrônicas (essa espécie de jabuticaba que só tem no Brasil), para decidir
quem será o presidente da república nos próximos quatro anos.
Os
debates pouco ajudaram. Com as minhas desculpas aos feirantes pela comparação,
parecia mais uma briga na feira. O baixo nível da campanha que o marqueteiro
elaborou e o PT adotou foi pautado, principalmente, na desconstrução a qualquer
preço, ainda que com mentiras, terrorismo eleitoral, distorções de fatos,
etc... do principal oponente, à medida
em que ele se apresentava como o mais perigoso(Eduardo; Marisa ou Aécio), gerou
um verdadeiro clima de guerra, causando reações também nada educadas dos
atacados. A disputa foi colocada em termos de ricos contra pobres; brancos
contra negros; os do sul contra os do norte e nordeste. Isso pode causar muitos
problemas no futuro. Uma pena!
As
pesquisas eleitorais, pelas dúvidas geradas quanto à sua lisura, pouco
esclareceram ou orientaram os eleitores. Cite-se, pela grandeza da
discrepância, a diferença entre os resultados da "boca de urna" e da
votação real do primeiro turno, no que se refere ao candidato Aécio Neves. Mais
uma vez, uma pena!
Penso
que tudo isso pode conduzir o nosso país a uma encruzilhada bastante perigosa e
preocupante, qualquer que seja o vencedor do pleito.
Se
a atual presidente for reeleita isso significa, em princípio, que a maioria dos
brasileiros reconheceu as conquistas sociais que sem dúvida ocorreram, em que
pese terem sido edificadas em cima de incontáveis irregularidades, malfeitos, roubos
ou corrupções, dependendo do termo que se queira utilizar. Isso foi uma
constante em praticamente todos os atos do atual governo. Nunca na história
desse país se roubou tanto. É fato que os demais partidos políticos também
roubam, mas isso não podia acontecer com o PT, que sempre exaltou o
comportamento ético e cujos slogans para a primeira eleição do Lula eram: no meu palanque corrupto não sobe; e, no meu governo corrupto não entra.
Voltemos aos dias atuais. Não é assim que se constroem os alicerces de uma
nação que quer e merece ser realmente forte e soberana. A reeleição significa,
também em princípio, que a maioria da nossa sociedade deseja a continuidade dos
caminhos "bolivarianos" que vêem sendo trilhados nos últimos doze
anos, cujo resultado final será fatalmente transformar o Brasil em algo
parecido com a Venezuela, ou então, com a Argentina, para ficar apenas nesses
dois exemplos. Mas isso não deverá se constituir em surpresa para aqueles que
votaram para a reeleição, pois essa é a meta perseguida pelo famigerado Foro de
São Paulo, verdadeiro mentor da nossa política externa nos últimos anos. Entretanto, se vitoriosa, a presidente Dilma
terá que conviver com o Brasil real, e não aquele que era mostrado na sua
propaganda eleitoral enganosa. A frágil e perigosa situação econômica
exigirá medidas sérias e duras, o que fatalmente irá gerar frustrações e
revolta, pelo menos em parte dos seus eleitores, que se sentirão ludibriados.
Haverá reações? Não sei, mas é possível que sim.
Se
o eleito for Aécio Neves, ele também não terá vida tranquila. Afinal, o
verdadeiro chefe da quadrilha já declarou, sem nenhuma cerimônia, que
"eles não sabem do que somos capazes". Em paralelo com algumas
medidas duras e impopulares na área econômica que terão que ser tomadas logo no
início do novo governo, desmontar o esquema de fraudes existente em
praticamente todos os setores da vida nacional, não será tarefa fácil. Há
"cumpanheiros" infiltrados nos ministérios, secretarias, agências
reguladoras, conselhos de estatais, enfim em todos os setores. Não descarto até
atos de verdadeira sabotagem na passagem de serviço. Não descarto, também, atos
públicos violentos dos denominados movimentos sociais, tão chegados ao atual
governo. Não é uma visâo pessimista ou alarmista, mas sim uma preocupação com o
verdadeiro significado do "eles não sabem do que somos capazes".
Em
qualquer dos cenários citados, se a situação realmente ameaçar sair do
controle, imaginem quem será chamado para "segurar o pepino"? Quem
pensou nas Forças Armadas acertou. Mas uma vez serão elas que terão que
resolver o problema. E é exatamente por isso, por saberem que as Forças Armadas
sempre serão chamadas em caso de real descontrole governamental, é que ao longo
dos últimos anos elas vêem sendo submetidas a uma verdadeira campanha de
descrédito pelos detentores do poder nos últimos anos, como, aliás, é recomendado por Gramsci, e propagado pelo Foro de São
Paulo.
É
assim que vejo o quadro atual. Embora não concorde, respeito as opiniões
divergentes. Afinal, como se diz por aí, não devemos perder amigos por pensarem
diferente de nós.
Já
estou pronto para chegar à praia no dia "D". Sem me impressionar
pelas últimas pesquisas que foram divulgadas, minha embarcação de desembarque
de pessoal (EDVP) tem o nº 45 pintado no seu costado. O galhardete na proa é
amarelo e azul, pois chega desta cor vermelha.
Com
um fraternal abraço,
Roberto
de Guimarães Carvalho.
Almirante-de-Esquadra
25
de outubro de 2014
PS
- como se faz na Marinha, quando a previsão do tempo não é das mais favoráveis
e o navio está, ou vai para o mar, recomendo "peiar o material
volante" e preparar para mau tempo.””
Passadas
as eleições, fica a reflexão de um amigo:
“E
então Pilatos perguntou para a multidão:
-Quem
eu liberto?
O
povo clamava:
-
A Barrabás, o ladrão!
E
assim, por mais de 2000 anos, o povo continua escolhendo os ladrões.” – Almir.
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