Páginas

domingo, 16 de novembro de 2014

O DIA D SE APROXIMA! – por Guimarães Carvalho

      Recebi nas vésperas do segundo turno das eleições próximas passadas, esta carta aberta escrita pelo AE Guimarães Carvalho. Estava no mar e não pude publicá-la no blog. Corrijo desta forma a minha impossibilidade acrescentando, ao final, uma reflexão posterior aos resultados das eleições enviada da mesma forma por e-mail.
      Deixo a esta reflexão para o futuro:

  • As coisas caminham como previsto na carta?
  • Nosso desembarque no dia D foi na praia de Omaha?
  • Esperamos as FFAA?

Fiquemos de olho e preparados, “O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever!”  Reflitam!  Boa leitura:


Feridos na praia de OMAHA - Imagens da Wikipédia 


“Caros amigos,

O dia "D" se aproxima. No próximo domingo os brasileiros estarão votando, espero que sem manipulações nos verdadeiros resultados das urnas eletrônicas (essa espécie de jabuticaba que só tem no Brasil), para decidir quem será o presidente da república nos próximos quatro anos.

Os debates pouco ajudaram. Com as minhas desculpas aos feirantes pela comparação, parecia mais uma briga na feira. O baixo nível da campanha que o marqueteiro elaborou e o PT adotou foi pautado, principalmente, na desconstrução a qualquer preço, ainda que com mentiras, terrorismo eleitoral, distorções de fatos, etc... do principal  oponente, à medida em que ele se apresentava como o mais perigoso(Eduardo; Marisa ou Aécio), gerou um verdadeiro clima de guerra, causando reações também nada educadas dos atacados. A disputa foi colocada em termos de ricos contra pobres; brancos contra negros; os do sul contra os do norte e nordeste. Isso pode causar muitos problemas no futuro. Uma pena!

As pesquisas eleitorais, pelas dúvidas geradas quanto à sua lisura, pouco esclareceram ou orientaram os eleitores. Cite-se, pela grandeza da discrepância, a diferença entre os resultados da "boca de urna" e da votação real do primeiro turno, no que se refere ao candidato Aécio Neves. Mais uma vez, uma pena!

Penso que tudo isso pode conduzir o nosso país a uma encruzilhada bastante perigosa e preocupante, qualquer que seja o vencedor do pleito.

Se a atual presidente for reeleita isso significa, em princípio, que a maioria dos brasileiros reconheceu as conquistas sociais que sem dúvida ocorreram, em que pese terem sido edificadas em cima de incontáveis irregularidades, malfeitos, roubos ou corrupções, dependendo do termo que se queira utilizar. Isso foi uma constante em praticamente todos os atos do atual governo. Nunca na história desse país se roubou tanto. É fato que os demais partidos políticos também roubam, mas isso não podia acontecer com o PT, que sempre exaltou o comportamento ético e cujos slogans para a primeira eleição do Lula eram: no meu palanque corrupto não sobe; e, no meu governo corrupto não entra. Voltemos aos dias atuais. Não é assim que se constroem os alicerces de uma nação que quer e merece ser realmente forte e soberana. A reeleição significa, também em princípio, que a maioria da nossa sociedade deseja a continuidade dos caminhos "bolivarianos" que vêem sendo trilhados nos últimos doze anos, cujo resultado final será fatalmente transformar o Brasil em algo parecido com a Venezuela, ou então, com a Argentina, para ficar apenas nesses dois exemplos. Mas isso não deverá se constituir em surpresa para aqueles que votaram para a reeleição, pois essa é a meta perseguida pelo famigerado Foro de São Paulo, verdadeiro mentor da nossa política externa nos últimos anos. Entretanto, se vitoriosa, a presidente Dilma terá que conviver com o Brasil real, e não aquele que era mostrado na sua propaganda eleitoral enganosa. A frágil e perigosa situação econômica exigirá medidas sérias e duras, o que fatalmente irá gerar frustrações e revolta, pelo menos em parte dos seus eleitores, que se sentirão ludibriados. Haverá reações? Não sei, mas é possível que sim.

Se o eleito for Aécio Neves, ele também não terá vida tranquila. Afinal, o verdadeiro chefe da quadrilha já declarou, sem nenhuma cerimônia, que "eles não sabem do que somos capazes". Em paralelo com algumas medidas duras e impopulares na área econômica que terão que ser tomadas logo no início do novo governo, desmontar o esquema de fraudes existente em praticamente todos os setores da vida nacional, não será tarefa fácil. Há "cumpanheiros" infiltrados nos ministérios, secretarias, agências reguladoras, conselhos de estatais, enfim em todos os setores. Não descarto até atos de verdadeira sabotagem na passagem de serviço. Não descarto, também, atos públicos violentos dos denominados movimentos sociais, tão chegados ao atual governo. Não é uma visâo pessimista ou alarmista, mas sim uma preocupação com o verdadeiro significado do "eles não sabem do que somos capazes".

Em qualquer dos cenários citados, se a situação realmente ameaçar sair do controle, imaginem quem será chamado para "segurar o pepino"? Quem pensou nas Forças Armadas acertou. Mas uma vez serão elas que terão que resolver o problema. E é exatamente por isso, por saberem que as Forças Armadas sempre serão chamadas em caso de real descontrole governamental, é que ao longo dos últimos anos elas vêem sendo submetidas a uma verdadeira campanha de descrédito pelos detentores do poder nos últimos anos, como, aliás, é recomendado por Gramsci, e propagado pelo Foro de São Paulo.

É assim que vejo o quadro atual. Embora não concorde, respeito as opiniões divergentes. Afinal, como se diz por aí, não devemos perder amigos por pensarem diferente de nós.

EDVP chegando em OMAHA - Imagem Wikipédia


Já estou pronto para chegar à praia no dia "D". Sem me impressionar pelas últimas pesquisas que foram divulgadas, minha embarcação de desembarque de pessoal (EDVP) tem o nº 45 pintado no seu costado. O galhardete na proa é amarelo e azul, pois chega desta cor vermelha. 

Com um fraternal abraço,

                                                               Roberto de Guimarães Carvalho.
                                                                      Almirante-de-Esquadra
                                                                      25 de outubro de 2014

PS - como se faz na Marinha, quando a previsão do tempo não é das mais favoráveis e o navio está, ou vai para o mar, recomendo "peiar o material volante" e preparar para mau tempo.””

Passadas as eleições, fica a reflexão de um amigo:

“E então Pilatos perguntou para a multidão:
-Quem eu liberto?
O povo clamava:
- A Barrabás, o ladrão!
E assim, por mais de 2000 anos, o povo continua escolhendo os ladrões.” – Almir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário