A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) deu muito
trabalho e teve bastante oposição, principalmente do PT. Basicamente ela tenta
regular os gastos da administração pública equilibrando o que é arrecadado com
o que é gasto em ações e projetos desta mesma administração. Não permite gastar
mais do que se arrecada. Dentro deste escopo estou assistindo neste final de
ano (nov/2014) uma ação, no mínimo estranha, acontecendo no Congresso Nacional.
Ontem, dia 1 de novembro, a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO),
criada para examinar e emitir parecer sobre os projetos de lei das diretrizes
orçamentárias, projetos de lei orçamentária anual e seus créditos adicionais e
sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República; aprovou o
projeto de lei que autoriza o governo a descumprir a meta de economia para
pagamento de juros da dívida pública. O projeto altera a LRF/LDO para beneficiar o
governo na situação econômica que as suas contas se encontram hoje.
Por mais escandaloso que possa parecer isso mostra
a situação em que se encontra a Instituição Congresso Nacional hoje. As duas
casas estão “aparelhadas” de uma maioria que se mostra capaz de votar contra
uma lei existente, a fim de atingir objetivos governamentais ainda nebulosos,
mas que têm sido denunciados e pouco considerados pelo povo em geral. Tentam
tornar legal o ilegal.
Onde isso se encaixa nos planos de poder do PT? Encaixa-se
na busca da “legalidade”. A “maioria” representativa do Congresso vota de
acordo com os desígnios do ParTido e o valor pago pelo seu voto. Esse é o tipo
de corrupção que o “mensalão” revelou, mas que ainda continua escondida na
aprovação de verbas para projetos, designação de cargos e comissões. Corrupção
que golpeia constantemente as liberdades que o País conseguiu ao longo dos últimos
35 anos. Corrupção que serve de fonte de verbas para a manutenção do Poder em
todos os níveis.
A mesma “legalidade” serve de escudo contra
qualquer manifestação de desagrado ou contrária aos desígnios do “ParTido”. Rotula
qualquer oposição como golpe. Impede a manifestação popular. Defende uma “democracia”
que só serve aos valores distorcidos de uma minoria atuante.
“Legalidade” que nos faz chegar ao cenário atual,
que se apresenta com empresas nacionais e estrangeiras ganhando dinheiro público
à custa de contratos superfaturados, licitações fraudulentas e outras
ilegalidades. Ilegalidades que beneficiam unicamente aos interesses do ParTido no
poder. Legisladores corrompidos que aprovam leis de acordo com os desejos de um
único ParTido em detrimento da população. Corrompidos que são pelo dinheiro
angariado nestas mesmas licitações. Podemos esperar para breve um embate social
onde o povo, elo mais fraco desta corrente social, será oprimido pela carestia,
fome, doença e miséria. Neste instante a revolta popular não terá efeito. Será reprimida
com violência e já não existirão as liberdades. Seus defensores serão caçados e
mortos. Pagaremos pela nossa indulgência coletiva, como Bolivianos,
Venezuelanos e, muito em breve, Argentinos estão pagando e pagarão.
Caso não tenham percebido, a implantação de uma
nova sociedade totalitária, sem liberdades nem valores, já começou. O PT não é
mais um problema é uma ameaça. Sua rede esta se tornando sólida e logo suas
vulnerabilidades serão inatingíveis. Estará assim englobado mais um estado à Pátria
Grande*.
Júlio Cezar Barreto Leite da Silva
Capitão-de-Mar e-Guerra (RM1)
19 de novembro de 2014
* Pátria Grande – termo criado pelo argentino Manuel
Ugarte em seu livro (la Patria Grande – Manuel Ugarte -1922), que defendia a unificação
da América de língua espanhola em um grande país. Recentemente surgiram debates
em que voltou a tona sua teoria, modificada com a inclusão do Brasil como um dos
Estados componentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário