Já há algum tempo venho pensando colocar em um
texto aspectos da imprensa e seu papel na “Logística do Golpe”. Diariamente
tenho acompanhado matérias sobre diversos assuntos, muitos político e poucos de
interesse da população, que tragam, através da informação, a educação
(conhecimento consciente e crítico) aos brasileiros. Algo que apresente de
forma isenta o fato e abra o espaço para a análise e a discussão.
Lendo o livro “Desafio da Subversão” adquiri um
parâmetro de crítica que sempre me ocorre ao ler e assistir as matérias
correntes na mídia (jornais, TV, redes sociais e revistas). Questiono o porquê
de se mostrar tanta violência. Questiono o porquê a fragilidade das
instituições são tão marcadas e atacadas. Questiono por que certos assuntos
aparecem em uns veículos e noutros não. Questiono sempre a quem interessa que
este fato seja visto daquela forma. O motivo de estes questionamentos surgirem começou,
conscientemente, após o término da leitura que fiz.
Dentro da Guerra Política, a Subversão usa técnicas
de dois tipos: destrutivas e construtivas. As técnicas construtivas são as que,
basicamente, formam a militância e moldam as mentes da população desavisada e
inocente, a massa. Dentre elas localizamos a técnica da “Impregnação
Psicológica” de larga utilização em tempos recentes. A técnica consiste em dar
ânimo a uma população indiferente e catequizá-la, criando “slogans” e
diferentes estímulos adaptados à situação e objetivos pretendidos. É a técnica
em que uma inverdade, uma mentira, é perpetrada e repetida insistentemente
fazendo com que a população em questão acredite no que se divulga. Para ser
possível utilizar esta técnica os subversivos devem possuir os meios de
comunicação disponíveis. Ter pessoal infiltrado em posições de opinião e
visibilidade e, notem, com liberdade de expressão garantida.
A mídia (imprensa) tem como missão, consagrada e
aceita por todos, informar bem e livremente. Essa missão é imposta pela
sociedade em que ela se insere. Quando em uma democracia, a população espera
dos membros da imprensa, pessoas ou instituições, o cumprimento de suas
responsabilidades em benefício da comunidade. Pensando neste cenário imaginamos
uma mídia comprometida com o bem comum com suas liberdades garantidas e sua
imparcialidade acreditada. Uma mídia balizada pelos seus membros. Uma mídia
inserida no contexto da população que não exorbitasse de suas liberdades
sabendo até onde ir ao interesse da sociedade e das liberdades individuais. Uma
mídia onde o cidadão comum identificasse o fato, a análise e as opiniões
podendo de posse da informação criar sua própria opinião livre. Uma mídia
reconhecidamente inserida na sociedade. No
ambiente em que foi escrito o livro citado a principal mídia com capacidade de
formação de opinião era a imprensa. Hoje a mídia formadora de opinião esta
presa à Internet, aos “Blogs” e aos Sites de Relacionamento onde a população
consegue acesso às informações de várias fontes, aproximando a população do
fato, proporcionando uma análise própria a partir de diversas análises e
opiniões. As idéias viajam por todos os recantos e proporcionam a compreensão
quase que verdadeira de um contexto. É deste “quase” que os subversivos buscam
se aproveitar.
Sabendo do poder da mídia os militantes continuam a
considerá-la o objetivo número um da infiltração ideológica. Através dela as
técnicas construtivas são mais eficientes e atingem a maioria da população. A
mídia é veículo de desmoralização de autoridades e instituições e quando aparelhado
vira instrumento da impregnação psicológica influenciando a opinião através das
repetições incessantes e das orquestrações.
O controle da mídia pelos comunistas tem
importância fundamental. Instruções emanadas do Comitê Central do Partido
Comunista, ainda no período entre 1964 e 1980, apresentam diretrizes claras
para os agentes infiltrados em veículos de orientação não comunista:
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjXFqzd4-mtcN7mekctqmSCcyERKo3SI8kWGKdUeMkkjI831kv0pWE5l-Yjom7co100tOI1MuJIU-i7wUMC6RCz_i5TqedW2GoGFGcOjJhu3dsiZvD6egiqbHGuZtnRHMj_IueJYwKUKxC/s320/MIDIA+TV.jpg)
“É preciso
evitar que seções e colunas estejam em mãos de jornalistas não revolucionários,
principalmente dos que apoiam o governo.
- Só devem
ser destacados nomes e obras de escritores, artistas, cientistas, ligados a
movimentos revolucionários ou simpatizantes.
- Quanto
mais reacionário for o jornal, mais importante será esse trabalho. Um jornal
conservador poderá emitir um editorial reacionário, mas o conteúdo maior do
jornal será ou neutro ou inteligente-revolucionário.
- Quando
um escritor, intelectual, técnico, cientista, economista apóia o governo, deve
ser tratado ou com silêncio, ou com o ridículo, ou com o ataque direto.”
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRGoh8otFEVANP44u28kXrUM_GP9koWGS76Mu4wccifb1_qgfLQghBwcZkFtiKeKfh7KuWoduqOsmBc2L6VvMgFciaC0jIqCzRUv8FOKyIwGqk-AB31IAr8u_deIY7mxyLk9kbgI4Zeo29/s200/MIDIA+ENVOLVENTE.jpg)
A necessidade de ponderar é cada vez maior. O
cuidado com as análises e suas origens carece de constante revisão e
questionamento. A impregnação psicológica continua ativa e, nunca na história
deste país, teve um terreno tão fértil para se desenvolver. Aumenta a nossa
responsabilidade quando passamos a conhecer estas técnicas, pois nos cabe
esclarecer e questionar se elas estão sendo aplicadas aos nossos canais de
conhecimento, integração, diversão e atuação. Cabe questionar se não estamos
sendo vítimas destas técnicas. A verdade sempre prevalecerá na História, mas as
conseqüências de não enxergarmos esta verdade cairão, antes da História, sobre
nós. Continuemos com o bom combate. Fiquemos de olho velando pelas nossas liberdades,
principalmente a de expressar a nossa opinião.
Júlio Cezar Barreto Leite da Silva
Capitão-de-Mar-e-Guerra (RM1)
Mestre em Ciência da Computação
22 de janeiro de 2013
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